Espaço Rock e Metal Brasil

sábado, 10 de março de 2012

RAIMUNDOS - O PÃO DA MINHA PRIMA

Raimundos - Esporei na manivela

I Saw You Saying - Raimundos

Raimundos Eu quero ver o oco

Rodolfo Abrantes, ex vocalista dos Raimundos, publicou no seu perfil no Facebook uma foto de um encontro que teve com seus ex companheiros de banda Digão e Canisso no aeroporto de Congonhas. A foto causou furor entre seus fãs que já visualizaram uma possível volta do cantor aos Raimundos. E você, o que acha? É possível que tenhamos essa reunião?
Particularmente acho improvável, Rodolfo se tornou um Cristão fervoroso e, como todo fundamentalista religioso, seja qual for a religião, costuma ser extremamente intransigente, seria difícil vê-lo novamente cantando músicas como "Puteiro em João Pessoa" e "Esporrei na Manivela", mas, quem sabe?
Estamos na torcida!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dark Avenger - Ghost of divinity

A banda Brasiliense Dark Avenger, formada em 1993, possui, na minha opinião, o melhor vocalista de todo o Metal nacional, Mario Linhares. A banda será destaque no Metal Open Air que acontecerá em São Luis no Maranhão em Abril. Abaixo apenas uma pequena amostra do poder vocal de Linhares. Curte aí!



Mais Dark Avenger acesse:darkavengerofficial.blogspot.com

quarta-feira, 7 de março de 2012

Paradise Inc. - Not in Paradise Song

Apontada pela crítica como a revelação do AOR nacional, o Paradise Inc é destaque no Espço Rock e Metal Brasil. Confiram!



Site oficial: www.paradiseinc.net

Os Esquecidos: Sepultura - Roorback

Por Diego R. Oliveira
Existem discos que, apesar de sua qualidade, passam despercebidos pela maioria do público por diversas razões. Roorback, álbum do Sepultura lançado em 2003 é uma caso típico de álbum que, embora tenha qualidade indiscutível, nunca atingiu o patamar que merecia.
Depois da saída traumática de Max Cavalera, em 1996, tanto os fãs, como a própria gravadora Roadrunner, acabaram injustamente, na minha opinião, renegando o grupo que outrora tornou uma espécie de mito metálico. Tudo que Andreas Kisser e seus asseclas fizeram a partir de então tornou-se alvo de duras críticas de seu público. A figura de Derick Green foi, talvez por racismo ou qualquer coisa do tipo, associada a "baixa" qualidade dos discos Against e Nation. Uma besteira enorme!
Diante deste desfavorável cenário, o grupo lançou em 2003 "Roorback", um álbum repleto de peso, composto por grandes sons que, entretanto, acabou no ostracismo, pela única e simples razão de ser gravado pela formação renegada do conjunto.


















De cara o play abre com a pedrada "Come Back Alive", tipicamente um som com as características desta fase da banda, ou seja, uma mescla de Hardcore com toques de New Metal, com afinações baixas e vocais urrados de Derick.
"Godless", segue na mesma vibe do clássico "Roots", apenas com a diferença dos vocais e, aliás, sobre os vocais não sei o porquê de tanta reclamação com respeito a eles, pois são totalmente compatíveis com a proposta do álbum.
"Apes of God", tem um riff interessante, já a bateria é uma verdadeira patada, mostrando toda a força de Igor Cavalera, um mestre do instrumento. Vale um destaque para a parte arrastada da música, com claros toques de Doom Metal e, é claro, do grande Black Sabbath.
"More of The Same" é interessante, mas não chega a acrescentar muito ao resultado final, é um típico som na batida do Prong.
"Urge" abusa da batida tribal clássica do grupo, além de vocais urradíssimos, mas não chega a empolgar tanto.
A rápida "Corrupted" é um Hardcore perfeito para o Stage Diving, além de ter om refrão fácil de ser assimilado. Grande som!
"As It Is" lembra o Korn e o Slipknot, fato que deve irritar, e muito, os saudosistas da fase Thrash dos caras. Indicada somente pra quem tem uma mente mais aberta.
O álbum chega então ao seu ápice, "Mind War", o maior clássico da fase Derick Green até então, é uma forte composição que pode sim ser comparada a primeira encarnação da banda, não pelas características sonoras, mas pela força deste som ao vivo.
"Leech" nada mais é do que um forte Hardcore, rápido, cru e agressivo, uma cortesia de Andreas, que nunca se isentou da responsabilidade pelos novos rumos que o Sepultura tomou quando ele passou a ser figura central no conjunto. A música tem uma paradinha no meio que até pode levar o ouvinte, mesmo que de leve, ao passado da banda.
"The Rift" tem solos inspirados de Andreas, e segue na levada simples e rápida que permeia todo o disco.
A digamos mais "estranha" composição de Roorback é "Bottomed Out", cuja levada chega a ser psicodélica, com uma calmaria atípica para o que costumamos ouvir do grupo. Isso a torna um destaque positivo do disco, mostrando o quão talentoso é Andreas Kisser, um cara que não se acomoda no seu passado glorioso, além de não ter medo de ser criticado pelos puristas.
"Activist" traz o disco novamente para o Hardcore, tendo pouco mais de um minuto de duração, não chegando a ter um grande destaque.
"Outro", faixa que encerra o registro, é uma colagem de improvisações em meio a um silêncio que irrita. Sabe aquelas coisas que você pergunta o porque de serem gravadas? Pois é, não precisava!
Roorback é um grande disco, que deve ser ouvido sem preconceito e, principalmente, sem associação ao passado do Sepultura, um disco que foi esquecido injustamente por pura falta de vontade e preconceito do fãs do grupo. Uma pena!


Sepultura: Beneath The Remains o começo da saga..


Depois da entrada de Andreas  Kisser no disco Schizophrenia, era notória a evolução técnica do SEPULTURA. Se em Schizoprhenia isso era percebido, em Beneath the Remains, segundo disco com o guitarrista, essa mudança era latente.

O disco mostrava o grupo totalmente influenciado pelo Thrash que dominava o cenário da época, fugindo do Death/Black Metal tosco que caracterizava o grupo em seus primeiros registros. O produtor Scott Burns, que à época começava sua trajetória de  clássicos dentro do metal extremo, soube explorar toda a fúria do quarteto, ao mesmo tempo que deixou tudo audível, tornando o disco totalmente apropriado para a crescente cena do Thrash da época, em especial a Norte Americana.

A gravadora Roadrunner fez uma grande divulgação do disco, levando o grupo a excursionar pela primeira vez pelos Estados Unidos e Europa.
Começava ali  a saga daquela que se tornaria - muito pela ótima aceitação, tanto de público, como de crítica para Beneath the Remains - a maior banda brasileira de Metal em todos os tempos.

Os grandes destaques do disco são, a faixa título, Mass Hypnosis e Slaves of Pain, além do clássico absoluto Inner Self, onde o grupo mostra, em meio à pancadaria  tipicamente Trhash, toda a sua influência de Punk Rock, criando uma das mais famosas músicas da história do nosso Metal, presente no set list do grupo desde sua criação, sendo uma das mais festejadas nas apresentações da banda.

Pouco depois o grupo repetiria a parceria com Scott Burns no seu maior clássico, Arise, que catapultou de vez a banda à Estratosfera.
O monstro estava criado, levando o nome do Metal brasileiro a todos os lugares possíveis. Mas isto é papo para outro dia...




Letras Marcantes: Legião Urbana - Faroeste Caboclo

Segue abaixo a letra de uma das mais famosas músicas do maior letrista do nosso Rock: Renato Russo!

Faroeste Caboclo - Legião Urbana

Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou prá trás todo o marasmo da fazenda
Só prá sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu
Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da cercania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu
Ia prá igreja só prá roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
E de escolha própria escolheu a solidão
Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico aos doze era professor
Aos quinze foi mandado pro reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
Não entendia como a vida funcionava
Descriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem foi direto a Salvador
E lá chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem
Ia perder a viagem mas João foi lhe salvar:
Dizia ele - Estou indo prá Brasília
Nesse país lugar melhor não há
Tô precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e você vai no meu lugar
E João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária viu as luzes de natal
- Meu Deus mas que cidade linda!
No Ano Novo eu começo a trabalhar
Cortar madeira aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil pro mês em Taguatinga
Na sexta feira foi prá zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô
Um peruano que vivia na Bolívia
E muitas coisas trazia de l
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar
E Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava prá ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que dizia sempre que seu ministro ia ajudar
Mas ele não queria mais conversa
E decidiu que como Pablo ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado a plantação foi começar
Logo, logo os maluco da cidade
Souberam da novidade
- Tem bagulho bom ai!
E João de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali
Fez amigos, freqüentava a Asa Norte
Ia prá festa de Rock prá se libertar
Mas de repente
Sob um má influência dos boyzinhos da cidade
Começou a roubar
JÁ no primeiro roubo ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Violência e estupro do seu corpo
- Vocês vão ver, eu vou pegar vocês!
Agora Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, Playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele prá ela o Santo Cristo prometeu
Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
- Maria Lúcia eu prá sempre vou te amar
E um filho com você eu quero ter
O tempo passa
E um dia vem na porta um senhor de alta classe com dinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta de João
- Não boto bomba em banca de jornal
E nem em colégio de criança
Isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o cú na mão
E é melhor o senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um peixe de ascendente escorpião
Mas antes de sair, com ódio no olhar
O velho disse:
- Você perdeu a sua vida, meu irmão!
- Você perdeu a sua vida, meu irmão
- Você perdeu a sua vida, meu irmão
Essas palavras vão entrar no coração
- Eu vou sofrer as conseqüências como um cão.
Não é que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto
E ele não foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar
Falou com Pablo que queria um parceiro
Que também tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina
Mas acontece que um tal de Jeremias
Traficante de renome apareceu por l
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com João ele ia acabar.
Mas Pablo trouxe uma Winchester 22
E Santo Cristo já sabia atirar
E decidiu usar a arma só depois
Que Jeremias começasse a brigar
Jeremias maconheiro sem vergonha
Organizou a Roconha e fez todo mundo dançar
Desvirginava mocinhas inocentes
E dizia que era crente mas não sabia rezar
E Santo Cristo há muito não ia prá casa
E a saudade começou a apertar
- Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Já está em tempo de a gente se casar
Chegando em casa então ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez
Santo Cristo era só ódio pro dentro
E então o Jeremias prá um duelo ele chamou
- Amanhã, as duas horas na Ceilândia
Em frente ao lote catorze é prá lá que eu vou
E você pode escolher as suas armas
Que eu acabo com você, seu porco traidor
E mato também Maria Lúcia
Aquela menina falsa prá que jurei o meu amor
E Santo Cristo não sabia o que fazer
Quando viu o repórter da televisão
Que a notícia do duelo na TV
Dizendo a hora o local e a razão
No sábado, então as duas horas
Todo o povo sem demora
Foi lá só prá assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir
Sentindo o sangue na garganta
João olhou as bandeirinhas
E o povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro
E prás câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que viveu até aqui
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a via-crucis virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester 22
A arma que seu primo Pablo lhe deu
- Jeremias, eu sou homem. Coisa que você não é
Eu não atiro pelas costas, não.
Olha prá cá filha da puta sem vergonha
D uma olhada no meu sangue
E vem sentir o teu perdão
E Santo Cristo com a Winchester 22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria Lúcia se arrependeu depois
E morreu junto com João, seu protetor
O povo declarava que João de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burgesia da cidade não acreditava na história
Que ele viram da TV
E João não conseguiu o que queria
Quando veio prá Brasília com o diabo ter
Ele queria era falar com o presidente
Prá ajudar toda essa gente que só faz
Sofrer