Espaço Rock e Metal Brasil

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sonho Maníaco o disco maldito do Korzus

Sabe aquelas histórias sombrias envolvendo o Rock e o Heavy Metal? Pois é, em 1987, o grupo brasileiro de Thrash Korzus lançava o seu disco de estréia, "Sonho Maníaco", com letras em português o álbum tinha uma temática totalmente satânica, como era muito comum na época. Eis que, durante a turnê de divulgação do disco, o baterista da banda, Zema, comete suicídio. A associação da morte do baterista com a temática do disco foi imediata. Se o teor "Evil" do disco levou-o a cometer o suicídio é difícil afirmar, o fato é que o grupo nunca mais executou nenhuma de suas faixas ao vivo, mudou totalmente sua temática lírica e sequer comenta o assunto, alegando que o disco e toda a história que o envolve tem "fatos obscuros e estranhos que eles não querem mais ter ligação".
Mais uma daquelas histórias obscuras do mundo do Rock!


TNT - Não Sei (Vivo)


Para mim, o grande clássico dos caras. Toda vez que ouço, lembro-me de uma época maravilhosa da minha vida. Nostalgia total!

TNT - A Irmã do Doctor Robert

TNT - Cachorro Louco (Vivo)

Nada que ele faz tem sentido.....

TNT - Entra Nessa

A banda de Charles Master é, sem dúvida, uma das principais do chamado Rock Gaúcho.
Confiram um pouco deste grande ícone de toda uma geração!

Sodomizer - The Ceremony.


A banda carioca Sodomizer tem como forte influência o metal oitentista, principalmente dos grandes nomes do Black Metal da época, Venon, Mercyful Fate e o brasileiro Vulcano. Com uma abordagem lírica baseada em filmes de terror, pornografia e ocultismo, a banda é extremamente recomendável para os amantes do Metal Extremo. Confiram "The Ceremony", música que consta no primeiro disco dos caras, "Tales fo The Reaper".

Mais Sodomizer acesse:myspace.com/thetruesodomizer

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Engenheiros do Hawaii - O exército de um homem só? Parte I



A pergunta do título bem que poderia ser respondida com um sim, já que Humberto Gessinger, líder e fundador da banda, tem segurado o rojão do combo sulista desde seu início até os dias de hoje.

Em 1984, os estudantes de arquitetura Humberto Gessinger,Carlos Maltz e Marcelo Pitz, em meio a uma grave que rolava na universidade, resolveram participar de atividades culturais estimuladas pela universidade. Surgia aí o embrião dos Engenheiros do Hawaii.

Enquanto no Rio de Janeiro era dado o pontapé inicial daquele que seria o maior evento musical do país, o "Rock in Rio", em 11 de Janeiro de 1985, o grupo gaúcho Os Engenheiros do Hawaii - a origem do nome é uma brincadeira dos membros do grupo com os rivais estudantes de Engenharia que vestiam à época bermudas estilo surfista Hawaiano - fazia seu primeiro show, com um repertório variado que contava com algumas músicas próprias e versões para Roberto Carlos, por exemplo, todas tocadas no compasso do Regaee, que, segundo Gessinger, era mais fácil de ser tocado.

Não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o país, a febre era o Punk Rock, principalmente pelo fato de ainda vivermos um período transitório da Ditadura para a Democracia e, é claro, pelas bobagens incríveis que sempre rondaram nossa política. Este tipo de cenário favorecia o aparecimento de grupos com temática contestadora. Neste aspecto os Engenheiros sempre se diferenciaram, pois seu som sempre foi mais voltado para a mescla de Rock Progressivo, o Rock Inglês dos anos sessenta e a MPB.

Um fato decisivo para o futuro do grupo foi o lançamento da coletânea Rock Grande do Sul, lançada pela gravadora BMG, exclusivamente com bandas gaúchas. Os participantes da coletânea foram selecionados em um show no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, durante um festival promovido pela gravadora para escolher os grupos participantes da coletânea.

Longe Demais das Capitais

O primeiro disco lançado pela banda, "Longe Demais das Capitais", chamou logo a atenção pela diferença do som do trio gaúcho, comparado ao que era produzido pelas outras bandas de rock do país na época. Os principais destaques da bolacha foram as músicas "Sopa de Letrinhas", "Toda a Forma de Poder" - que foi tema da novela global "Hipertensão" - , "Crônica" e a faixa título.
Nesta época aconteceu a primeira mudança na formação do grupo, Marcelo Pitz deixou o grupo por não se adaptar à nova rotina de vida. Agora a banda era composta por Gessinger no baixo, Maltz na bateria e o novo guitarrista, Carlo Licks, apresentado a Gessinger pelo músico gaúcho Nei Lisboa.

A Revolta dos Dândis

O segundo disco dos caras, já com a nova formação, foi recebido com críticas por parte da imprensa que os acusava de elitistas e até Facistas. Deste álbum saíu a mais famosa canção dos Engenheiros, "Infinita Highway", talvez o maior clássico da história do Rock dos Pampas.

Apesar dos dois bons discos, os Engenheiros ainda não haviam sido admitidos na primeira divisão do BRock. Ainda eram uma banda colocada para abrir noites para um grupo considerávelmente inferior como o Capital Inicial. Foi o que aconteceu no terceiro festival Alternativa Nativa realizado no Maracanãzinho entre 14 e 17 de julho de 1988. O Legião Urbana tocou sozinho nas duas primeiras noites e os Paralamas idem na última. Mas Gessinger, Maltz e Licks tiveram que abrir para a banda de Dinho Ouro-Preto na noite de sábado, dia 16. O show dos Engenheiros foi uma espécie de rito de passagem entre a garagem e os grandes palcos. Nem o tropeço literal que Gessinger deu no palco ainda na primeira música, Longe demais das capitais, quebrando seu baixo, fez o trio perder o rebolado diante das 20 mil pessoas que lotavam o ginásio. A partir daí, os Engenheiros encheriam ginásios Brasil afora - sobretudo o Gigantinho de sua cidade natal, lotado sucessivas vezes.

Um ano depois do revolta os Engenheiros lançam um novo disco, "Ouça O Que Eu Digo Não Ouça Ninguém". Neste disco começam a aparecer elementos novos na música dos Engenheiros. Pela primeira vez o teclado é incluído nos arranjos, e surge aí também a primeira composição de Gessinger e Licks - Variações sobre 1 mesmo tema. Mais uma vez a banda é alvo da crítica, desta vez em relação aos clichês subvertidos presentes nas letras de Gessinger. Com três discos na bagagem os caras partiram para o Rio de Janeiro, onde fixaram residência.Era hora do grupo alçar vôos mais altos.

Alívio Imediato

Já com o nome estabelecido na cena era hora de um lançamento ao vivo, "Alívio Imediato", foi lançado em 1989, e mostra toda a força do grupo nos palcos. Gessinger comentou sobre o disco:  "A princípio éramos contra isso, queríamos mostrar o outro lado da banda. Quando ouvimos a fita do show, vimos que era uma demagogia, porque as músicas que ficaram mais diferentes foram as que tocaram na rádio. As outras tocamos praticamente igual. Diante deste impasse, optamos pelas melhores, hits ou não". O disco também traz duas músicas inéditas, "Nau à Deriva" e "Alívio Imediato".

O Papa é Pop

continua...





segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lethal Fear- Resenha do álbum Y2black?

Por Diego Oliveira

Já com duas demos( Lethal Fear e Mephisto) e um CD( Unleashed) gravados, a banda Lethal Fear disponibiliza seu segundo CD, Y2black? para download BAIXE AQUI . O que encontramos em Y2black? é aquele Metal Tradicional totalmente embebido na sonoridade oitentista, baseado em grandes riffs, aliados à melodias extremamente cativantes, que agradarão em cheio aos fãs do estilo. Tudo no disco é dosado, sem cometer exageros de nenhum tipo. O destaque do álbum é a performance dos guitarristas Nelson Valadas e Vinícius Sampaio, que distribuem riffs poderosos, além de belos solos e melodias dobradas ao longo de todo o play. Vale uma conferida na voz de Rodrigo Bortolleto, que tem um timbre entre John Bush e Blaze Bayley - Sei que soa estranho, mas funciona! -. O cara mostra que nem só de agudos potentes se faz uma bela performance em um disco de Heavy Metal. A produção do disco valoriza uma sonoridade mais analógica, perfeita pra proposta do grupo, sendo este um grande mérito já que uma produção nos moldes atuais, cheia de retalhos e ajustes fazendo tudo soar cristalino e insosso, tiraria o sentimento old school do registro.
É tarefa difícil, diria até injusta, apontar destaques em um disco tão linear, com tantas belas músicas e que é perfeito para quem gosta do Metal Tradicional, mas "Burning Wings", com sua entrada no baixo, vocais na linha John Bush e belos solos de guitarra, além da cadenciada "Blade Of  The Immortal", uma grande paulada cheia de variações de andamento e que lembra a banda do saudoso Dio.
Y2black? está totalmente aprovado, sendo obrigatória uma audição por todos que gostam de bandas como Armored Saint, Virgin Steele, Dio, Saxon, Picture, entre outras.
Imperdível!
Contato:myspace.com/lethalfear





Os Mutantes: A história de um mito - Parte 1



O início

Os irmãos Arnaldo Baptista e Cláudio César Dias Baptista, juntamente com Raphael Vilardi e Roberto Loyola, criaram o grupo The Wooden Faces. Um ano depois a então vocalista do grupo Teenage Singers, Rita Lee, foi convidada a integrar-se ao grupo que, à partir de então, passaria a chamar-se Six Sided Rockers. Nesta época, tambem juntou-se ao grupo o irmão caçula dos Baptista, Sérgio Dias. O nome Six Sided Rockers não durou muito mudando para O Conjunto e O´Seis.

Em 1966, eles gravaram compacto simples pela Continental com as composições "Suicida" (de Raphael e Roberto) e "Apocalipse" (de Raphael e Rita), que vendeu menos de duzentas cópias. Como é costumeiro no universo Rockeiro, a banda passou por mudanças na formação, com as saídas de Raphael Vilardi, Roberto Loyola e Cláudio César Dias Baptista. Os três remanescentes, Arnaldo, Rita e Sérgio mantiveram o grupo, que foi rebatizado com o nome definitivo de Os Mutantes - por sugestão de Ronnie Von, que, naquela ocasião, lia "O Império dos Mutantes", ficção científica de Stefan Wul. Von, uma das estrelas da Jovem Guarda, comandava então o programa dominical "O Pequeno Mundo de Ronnie Von", transmitido pela TV Record, e não havia gostado do nome anterior. Em 15 de outubro de 1966, Os Mutantes estrearam no programa. Impressionaram tanto que o grupo foi convidado a fazer parte do elenco fixo do programa. Eles também participaram das gravações do LP Ronnie Von - nº 3.

A ligação com o "Tropicalismo"

Em sua fase inicial, o grupo tinha forte ligação com o movimento chamado de "Tropicalismo". No início de 1967, mudanças na direção artística do programa reduziram paulatinamente as apresentações dos Mutantes. Por discordar das novas diretrizes, eles deixaram a Record, já que também havia a possibilidade de realizar apresentações em outras emissoras. À convite do maestro Chiquinho de Moraes, da Rede Bandeirantes, Os Mutantes apresentaram-se no programa "Quadrado e Redondo", apresentado por Sérgio Galvão. Nessa época, conheceram outro maestro, Rogério Duprat, que teria papel decisivo na história do trio. Apadrinhados por Duprat, Os Mutantes começaram a participar dos grandes festivais de música popular brasileira, que viviam sua fase áurea. O maestro sugeriu a Gilberto Gil que convocasse o grupo como banda de apoio para gravar "Bom Dia", que seria cantada por Nana Caymmi e inscrita no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record. Outra gravação de Gil classificada para o Festival era "Domingo no Parque". Apesar de nenhum de seus integrantes ler cifras e partituras musicais e conhecer a complexidade harmônica dos arranjos elaborados por Gil e Duprat, Os Mutantes se saíra muito bem nos ensaios e acabaram participando da gravação de ambas. "Domingo no Parque" ganhou o segundo lugar e aproximou os Mutantes do movimento tropicalista.

O primeiro disco dos Mutantes, autointitulado, saiu pela gravadora Polydor,com arranjos de Duprat e participação especial de Jorge Ben, o LP foi bastante inovador e experimental, além de muito influenciado pelo trabalho dos Beatles. Algumas das faixas que se destacaram são "Senhor F…" (que contou com participação da mãe dos irmãos Baptista, que tocou piano), "Panis et Circenses" (canção composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil especialmente para os Mutantes) e "Trem Fantasma" (parceria entre os Mutantes e Caetano Veloso, que foi composta na casa do produtor Guilherme Araújo).

Com o fim do movimento Tropicalista, o grupo que ja tinha então gravado seu segundo disco "Mutantes" , passou por uma reformulação sonora lançando "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado', disco considerado um marco na carreira da banda, já que, à partir de então, o grupo distanciaria-se do Tropicalismo caindo de vez no universo do Rock & Roll . O maior destaque do LP foi a canção-título "Ando Meio Desligado" (de Arnaldo, Sérgio e Rita).
Tecnicolor, foi gravado no mesmo ano, entretanto, a gravadora Polydor desistiu do projeto, mesmo este estando totalmente gravado. O disco permaneceria engavetado até 1999, quando finalmente foi lançado. No início de 1971, a banda foi contratada pela Rede Globo para serem uma das atrações fixas do programa Som Livre Exportação. Inicialmente, o grupo gostou, mas depois se desinteressou pelo projeto. Ainda naquele ano, foi lançado Jardim Elétrico, álbum no qual foram utilizados alguns instrumentos fabricados por Cláudio Baptista, irmão mais velho de Arnaldo e Sérgio. Quatro faixas gravadas em Paris foram aproveitadas para o disco. Em 30 de dezembro de 1971, Rita e Arnaldo se casaram. Ela disse anos depois que o casamento foi apenas para ganhar independência dos pais e que os irmãos disputaram no palitinho quem assinaria a certidão. Na volta da lua-de-mel, o casal rasgaria a certidão de casamento no programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo.

No próximo post, dando sequência ao especial sobre a carreira dos Mutantes, falaremos a respeito da saída de Rita Lee e a continuidade da carreira dos caras. Aguardem!